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Espelho, espelho meu…

02/02/2017

Está cada vez mais comum perceber a vaidade em crianças ainda longe da adolescência. Mas será que este comportamento precoce é normal?

A cada cinco meses, Ana Clara vai ao salão de beleza fazer um procedimento químico para deixar o cabelo cacheado, liso. Esse hábito comum entre muitas mulheres, não chamaria atenção se Ana não tivesse apenas nove anos. A mãe não quer se identificar, diz que ouve muitas críticas de familiares e pessoas próximas. Mas justifica-se garantindo que a cabeleireira usa produtos mais fracos e que a própria filha implora pelo tratamento. “Ela tem o cabelo muito armado, difícil de cuidar e também muito diferente das coleguinhas”.

A vaidade de Ana Clara não é exceção, aliás essa preocupação pode surgir em qualquer fase da vida embora seja mais comum na adolescência. Roupas de marca, salto alto, acessórios, bijouterias e produtos de beleza começam a fazer parte do universo de meninas e meninos muito cedo. Um hábito que pode ser herdado dos pais ou incorporado por influência de desenhos, novelas e da publicidade. Basta olhar a quantidade de lojas especializadas em moda infantil para perceber um mercado que se expande graças a um público cada vez maior.

Mas até que ponto a preocupação com aparência é normal? Quando o excesso se torna um problema?  Para o psicólogo Alexandre Herênio, em qualquer idade a vaidade exagerada é prejudicial. “Entretanto, quando se trata de crianças ou adolescentes pode ser especialmente perigosa, em função da imaturidade típica deste momento da vida”.  Ainda segundo Herênio, a vaidade tem a ver com a autoestima e faz um alerta: “Uma criança ou adolescente excessivamente vaidoso, irá desenvolver uma dependência muito grande de ser reconhecido. Quando por algum motivo, ele não tem o reconhecimento necessário para satisfazer sua vaidade, passa por um processo de angústia que pode levá-lo a pensamentos autodepressiativos e, em casos extremos, pode levar à um processo de adoecimento, onde o jovem pode desenvolver transtornos da autoimagem, como a bulimia, anorexia e vigorexia, motivado pela obsessão em satisfazer sua vaidade”.

Para evitar esse tipo de problema é preciso estimular nos jovens o desenvolvimento de valores físicos e morais que não tenham relação com produtos e serviços que podem ser comprados. Alexandre Herênio também reforça que valorizar características que promovam a sociabilidade é uma alternativa ao destaque da aceitação pela aparência.

 

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